terça-feira, 6 de fevereiro de 2007




Adoçantes Naturais e Artificiais

É cada vez maior a quantidade de produtos adoçantes vendidos no Brasil, o que muitas vezes gera dúvidas entre os consumidores sobre quais os mais indicados para consumo. Vejamos então uma explicação rápida sobre o assunto.
Os adoçantes podem ser divididos em dois grandes grupos: os adoçantes artificiais, voltados para diabéticos, e os adoçantes naturais, para consumidores em geral.
- Adoçantes naturais: em geral, são compostos por açúcares dos mais variados tipos (frutose, glicose, sacarose, etc.), sendo que os mais nutritivos têm também quantidades significativas de minerais como ferro e cálcio. Existe também a planta stévia, que pode ser utilizada para adoçar diversas preparações, proporcionando valor energético muito baixo.
- Adoçantes artificiais: também conhecidos como edulcorantes, foram criados exclusivamente para pessoas que não conseguem processar glicose no organismo, ou seja, para diabéticos. Apesar de não conterem calorias, contêm diversos aditivos químicos, alguns deles comprovadamente prejudiciais à saúde a longo prazo.
Os adoçantes artificiais podem prejudicar a saúde porque não são reconhecidos pelo organismo, logo precisam ser eliminados, às custas de muito trabalho do fígado e dos rins. Além desse problema, há risco de que a substância "se instale" em determinadas células, causando alterações genéticas e até mesmo alguns tipos de câncer.
Mas a realidade é que muitas pessoas saudáveis consomem os adoçantes artificiais acreditando que, por não conterem calorias, não engordam. Engano. Isso porque quando o adoçante entra em contato com a boca, é dado um "sinal" ao organismo de que está entrando açúcar e este deverá ser digerido, mas se isso não acontece, o organismo "acumulará estes sinais" e absorverá mais açúcar simples dos próximos alimentos consumidos no dia. Em outras palavras, o adoçante pode fazer a pessoa saudável engordar mais do que se estivesse consumindo açúcar com moderação.
Para entender melhor, veja a tabela a seguir e compare os diversos tipos:

Sacarina
Proibida nos EUA, esta substância derivada do petróleo adoça de 200 a 400 vezes mais que a sacarose (um tipo de açúcar). Há suspeitas de que o excesso dela possa causar câncer de bexiga. Não é indicada para hipertensos e pessoas com problemas renais.

Ciclamato
Cerca de 20 a 30 vezes mais doce que o açúcar, geralmente é encontrado em associação com a sacarina. Também é derivado do petróleo.
Pesquisas recentes do IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) mostram que diversas marcas de refrigerantes diet no Brasil já contêm, em uma única dose (1 copo), quantidades de ciclamato superiores ao limite máximo de ingestão diária.

Aspartame
Seu poder adoçante é 180 a 200 vezes maior que a sacarose. Não deve ser consumida por portadores de fenilcetonúria (doença genética relacionada a retardo mental), já que contém fenilalanina. Suspeita-se que seu consumo excessivo esteja associado ao surgimento de certos tipos de câncer, Mal de Alzheimer e até mesmo lúpus.

Acessulfame K
Adoça cerca de 200 vezes mais que a sacarose. Pessoas com problemas renais que exigem restrição de potássio devem controlar rigorosamente o consumo desta substância.

Sorbitol, manitol, xilitol
Obtidos a partir do processamento industrial da glicose, frutose e xilose, respectivamente, apresentam valor energético aproximado ao da sacarose. Altas doses podem causar diarréia. Podem facilitar a formação de cálculos renais por favorecerem a perda de cálcio. Obesos e diabéticos descompensados não devem consumir sorbitol.

Stévia (Stevia rebaudiana)
Planta indígena de sabor 400 vezes mais doce que a sacarose, é indicada para quem quer perder peso, para diabéticos e consumidores em geral. Melhor consumir a planta na forma natural, já que a forma industrializada geralmente contém os adoçantes artificiais também.

Frutose
Encontrada naturalmente na maioria das frutas e no mel de abelhas, este açúcar também é vendida na forma processada industrialmente.

Açúcar mascavo e demerara
Extraídos do caldo-de-cana, o açúcar mascavo é a forma menos processada deste caldo, seguida pelo demerara que, apesar de um pouco mais processado, também preserva boa parte dos minerais da planta, tais como cálcio e ferro. Seu consumo não é recomendado para diabéticos.

Açúcar branco Cristal e Refinado
Passam por diversos processos industriais que fazem com que percam todos os minerais e vitaminas. Seu consumo está relacionado com cansaço, envelhecimento e pode levar à dependência leve.

Departamento de Nutrição
Mãe Terra Produtos Naturais

Referências Bibliográficas:
Chemello, E e Pandolfo, FG. Os adoçantes artificiais emagrecem? NAEQ / Universidade Caxias do Sul.

Franco, LL. Diabetes: como prevenir, tratar e conviver. Editora Elevação.

Gallo, LA. Saiba mais sobre os adoçantes. Departamento de Bioquímica / ESALQ / USP.
Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC).

Nenhum comentário: